Um comentário que sempre vale a pena

Divido com vocês este valioso comentário atribuído a Max Gehringer, respeitado administrador de empresas e autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial. Esteve à frente de grandes empresas, como Pepsi, Elma Chips e Pullman até abrir mão da posição no auge da carreira para se dedicar a escrever e ministrar palestras pelo Brasil. Seu desempenho nos negócios lhe trouxe importantes indicações como reconhecimento de sua sensibilidade corporativa. Estava entre os 30 Executivos Mais Cobiçados do Mercado em pesquisa realizada pelo jornal Gazeta Mercantil em 1999. Em 2005 e 2006 era um dos cinco finalistas do prêmio Top of Mind na categoria Palestrante, entre outros.


Eu não poderia deixar de postar aqui um texto com tamanha sabedoria. Quem me conhece sabe o quanto analiso e critico o perfil corporativo ainda dominante no Brasil. É em nome de toda a revolta que modelos tão arcaicos me causam que eu aplaudo as idéias e a sensibilidade de um gênio como Gehringer. Mas as empresas brasileiras só vão evoluir a este ponto quando mentes brilhantes assim passarem ao comando de todas elas. Sonhar não é pecado...rs.

Comentário de Max Gehringer

Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente.
Figuras sem um Vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.
Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio.
Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho.
Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim.
Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena.
Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.
Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma.
E o resto de nós passou meio na carona do Pena que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.
No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de "paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino". E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo.
Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional.
Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.
E quem era o chefe do Pena? O Raul.
E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito.
O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação.
Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava.
Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.
Meu último contato com o Raul foi há um ano.
Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.
E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta.
O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.
Foi quando, num evento em São Paulo , eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul.
E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável: ele entendia de gente.
Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.
E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: 'Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo'.
Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.
Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.
Essa era a principal competência dele.

Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas, o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes.

Comentários

  1. Oi minha "fia". Minha filhinha, minha princesa, minha querida Silvia Vitória adora quando á chamo de "fia".

    Pois fia, quando as pessoas não olha só pro seu ego, ele forma profissional. Quantas repartições, algumas delas eu já estive, os Srs. chefões dita as seus subordinas as ordem, sem ao menos explica-los o que ele esta fazendo com medo que os mesmos aprendam e possa ser umas ameaça no futuro.

    Formar profissional, é um grande talento. Gostei do seu artigo!

    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Aliz querida como vai?

    Bem como sempre você gastando o verbo, é você nasceu pra isso, mas ainda sinto que alguma coisa te falat, você precisa se desprender entende?
    Não?
    Explico: Você me parece um barco perfeito, construído no melhor estaleiro, equipamentos os mais sofisticados do mundo, etc...etc...e etc...então meu amor, chegou a hora de zarpar!

    Aliuz, presta atenção no que vai te dizer este velho e não se esqueça disto jamais, odeie-me se for o caso mas ouça:

    Aliz, os barcos estão completamente seguros ou quase isto quando estão ancorados no cais, mas não é para isto que eles foram construído; eles foram feitos para crzarem os Oceanos entende!

    Você está me pparecendo uma nau no cais, vai! Solte as amarras menina, Ice as velas e vá em frente garota, atire-se mar adentro e fim de papo, você é capaz, e conte conosco para o que for preciso!

    Abraços e boa sorte!

    Manoel Ferreira

    ResponderExcluir
  3. Alô, alô jornALIZta, bem vinda ao Língua de Trapo, deixe uma mensagem quando aparecer por aqui.
    Luiz Moura

    ResponderExcluir
  4. Olá minha querida, muito obrigado. Você foi lá me parabenizar, estou realmente feliz pelos cumprimentos de meus amigos do Balaio.

    Feliz nos, feliz novos tempos!

    Abraços,

    Simei

    ResponderExcluir

Postar um comentário

É uma alegria receber seu comentário!

As mais lidas