Festa junina não é só coisa de caipira, não
Em cidade grande só tem quermesse. No interior é arraial mesmo, nos quintais das casas, nas ruas entre vizinhos, ou, em alguns casos, na cidade inteira, num festejo popular delicioso. Isso sem comentar as festas típicas do nordeste, porque aí sim seria covardia. Mas a verdade é que mesmo as sofisticadas e movimentadas metrópoles não resistem aos encantos típicos do interior que só se curte mesmo em festas juninas.
Repare só nessas quermesses de escola ou de bairros, como famílias inteiras prestigiam a celebração, isso quando não dão um jeito de se envolver nela junto com as crianças. Gastam bastante, mas demonstram prazer em estar lá na barraquinha de tira-ao-alvo, roleta, argola, brincando no touro mecânico, ou comendo pastel, pamonha, milho verde, pipoca, tomando quentão ou vinho quente. Nunca vi nenhuma dessas festinhas terminarem no horário marcado, as pessoas não querem ir embora. Essas coisas têm mesmo um gosto especial.
E não é tudo, o pessoal parece se realizar durante as danças da quadrilha. Ou ficam babando vendo os filhos se apresentarem, bem ensaiadinhos, ou caem na farra nessas quadrilhas improvisadas de adultos, que são, na verdade, as mais divertidas. Ninguém resiste a essa festa! São homens que se vestem de mulher e mulheres de homem, pares feitos na hora: o que vale mesmo é a alegria e a diversão, a certeza de que ninguém está reparando em você porque estão todos na mesma farra. Até o sotaque caipira ganha destaque, “chique no úrrrtimo!”.
Os adolescentes, até uma certa fase, chamam isso tudo de “pagação de mico”, desculpa para despistar a timidez. A verdade é que eles não conseguem disfarçar a vontade que sentem de estar lá no meio, brincando também. Alguns vencem a timidez e, enganando aqui, disfarçando ali, caem na folia e que se dane o mundo. Garanto que nenhum deles se arrepende depois, senão, as fotos não iriam para o Orkut, iriam?
Festa junina é “bão dimais, sô!”. E não digo isso porque sou do interior, mas porque identifico esse gosto bom de simplicidade. Parece que em uma festança dessa, a gente não se preocupa com o que os outros estão pensando de nós, com o que está na moda, o que se come, o que engorda, como se comportar, etiqueta e outras futilidades que fazem da nossa rotina a maior mentira do mundo. Em uma festa junina, as pessoas se sentem livres de verdade. E são, enquanto ela dura, realmente felizes, assim como os caipiras em sua sábia “ignorância”.
Aliz, perfeito o seu texto...Festa Junina é bom demais, e que dure por muito e muitos anos...Bjão Mi
ResponderExcluirAliz, todos os seus blogs são maravilhosos! Quanto conteúdo, quanta teoria, quanta imaginação! Continue assim.
ResponderExcluirBeijos
Alizinha:
ResponderExcluirGento do interiolllll é bão dimais sô, muitos menos sem stress, visinho ainda conhece visisinho. Visinho ainda empresta açucar para fazer um cafezinho quando falta o dele.
Lindo seu texto.... Tão lindo como você sua caipinha ajeitadinha (rs)
Abs.